O cristianismo, como religião, jamais utilizou como prática
o ritual de sacrifícios, mas cristãos primitivos sem dúvida praticavam
sacrifícios no Templo de Jerusalém até sua destruição no ano 70 d.C. Portanto
cristãos e judeus deixaram de praticar sacrifícios de animais na mesma época.
Há, no entanto, resquícios de práticas sacrificiais pagãs europeias na tradição
católica (touradas etc.), o que mostra que pelo menos no início da
cristianização da Europa, estes sacrifícios foram continuados, até sua definitiva
incorporação à nova religião.
Na teologia cristã moderna, os sacrifícios não têm lugar
visto que Cristo ofereceu-se a sim mesmo como sacrifício universal. A mera fé
nisto conduz o devoto à salvação. No entanto, o culto e a eucaristia são
práticas que remontam ao sacrifício, sendo a hóstia (no caso católico), a
oferenda de carne. O simples fato de Jesus haver sido considerado uma oferenda
válida mostra, porém, que o cristianismo aceita, teologicamente, a validade dos
sacrifícios. Com efeito, o cristianismo não faria sentido sem a ideia de que
Jesus serviu como um cordeiro sacrificial, para expiar pelos pecados do mundo.
Sacrifícios no islã
O período de peregrinação à Meca (Hajj) é marcado por um
rito sacrificial denominado Eid-ul-Adha (comemoração do sacrifício). Este
sacrifício lembra que Abraão esteve prestes a sacrificar seu filho (que, de
acordo com a tradição muçulmana não era Isaque, mas Ismael). Após as orações,
aquele que têm condições leva um cabrito, uma cabra, uma ovelha, um camelo ou
uma vaca, para serem sacrificados. A carne destes sacrifícios é compartilhada
com a família e os amigos e um terço é dada aos pobres. Todos estes preceitos
estão contidos na Surata Al-Hajj (o capítulo do Al-Corão que trata da
peregrinação a Mecca).
No Al-Corão (22:37) está explicado que Deus não se beneficia
da carne nem do sangue dos animais que são sacrificados, mas que a fé do devoto
e sua boa intenção é que são considerados. O animal deve ser abatido tendo sua
jugular cortada e seu sangue drenado. Não é permitido dar marretadas,
eletrochoques ou perfurar o animal com qualquer objeto. Esta carne, apenas
assim é considerada Halal, própria para consumo.
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