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domingo, 27 de julho de 2014

A FORÇA DOS PRETOS VELHOS



Pretos velhos ou Pretos-velhos são entidades de umbanda, espíritos que se apresentam em corpo fluídico de velhos africanos1 que viveram nas senzalas, majoritariamente como escravos que morreram no tronco ou de velhice, e que adoram contar as histórias do tempo do cativeiro. São divindades purificadas de antigos escravos africanos.2 Sábios, ternos e pacientes, dão o amor, a fé e a esperança aos "seus filhos".
O preto velho, na umbanda, está associado aos ancestrais africanos, assim como o caboclo está associado aos índios e o baiano aos imigrantes nordestinos.3
São entidades que tiveram, pela sua idade avançada, o poder e o segredo de viver longamente através da sua sabedoria, apesar da rudeza do cativeiro demonstram fé para suportar as amarguras da vida, consequentemente são espíritos guias de elevada sabedoria geralmente ligados à Confraria da Estrela Azulada dentro da Doutrina Umbandista do Tríplice Caminho (AUMBANDHAM - alegria e pureza + fortaleza e atividade + sabedoria e humildade), trazendo esperança e quietude aos anseios da consulência que os procuram para amenizar suas dores, ligados a vibração de Omolu, são mandingueiros poderosos, com seu olhar prescrutador sentado em seu banquinho, fumando seu cachimbo, benzendo com seu ramo de arruda, rezando com seu terço e aspergindo sua água fluidificada, demandam contra o baixo astral e suas baforadas são para limpeza e harmonização das vibrações de seus médiuns e de consulentes. Muitas vezes se utilizam de outros benzimentos, como os utilizados pelo Pai José de Angola, que se utiliza de um preparado de "guiné" (pedaços de caule em infusão com cachaça) que coloca nas mãos dos consulentes e solicita que os mesmos passem na testa e nuca, enquanto fazem os seus pedidos mentalmente; utiliza-se também de vinho moscatel, com o que constantemente brinda com seus "filhos" em nome da vitória que está por vir.
São os mestres da sabedoria e da humildade. Através de suas várias experiências, em inúmeras vidas, entenderam que somente o amor constrói e une a todos, que a matéria nos permite existir e vivenciar fatos e sensações, mas que a mesma não existe por si só, nós é que a criamos para estas experiências, e que a realidade é o espírito. Com humildade, apesar de imensa sabedoria, nos auxiliam nesta busca, com conselhos e vibrações de amor incondicional. Também são mestres dos elementos da natureza, a qual utilizam em seus benzimentos.
Os Pretos Velhos: Os espíritos da humildade, sabedoria e paciência.
Os Pretos Velhos são entidades cultuadas pelas religiões afro-brasileiras, em especial a Umbanda. Nos trabalhos espirituais desta religião, os médiuns incorporam entidades que possuem níveis de evolução e arquétipos próprios. Estas se dividem em três níveis:
As Crianças – chamadas beijada, são espíritos ditos mortos quando ainda criança que representam a pureza, a inocência, daí sua característica infantil.
Os Caboclos – onde se incluem os Boiadeiros, Caboclos e Caboclas, representam a força, a coragem, portanto apresentam a forma do adulto, do herói, do guerreiro, do índio ou soldado.
Os Pretos Velhos – incluem os Tios e Tias, Pais e Mães, Avôs e Avós todos com a forma do idoso, do senhor de idade, do escravo. Sua forma idosa representa a sabedoria, o conhecimento, a fé. A sua característica de ex-escravo passa a simplicidade, a humildade, a benevolência e a crença no “poder maior”, no Divino.
A grande maioria dos terreiros de Umbanda, assim também suas entidades possuem a fé Cristã, ou seja, acreditam e cultuam Oxalá (no sincretismo com o catolicismo Jesus). Entidades aqui tomada no sentido de espíritos que auxiliam aos encarnados, o mesmo que guia de luz. Segundo o pesquisador Rafael Dias, o preto velho é uma espécie de metáfora afro-brasileira de Jesus Cristo.3
A característica desta linha seria o conselho, a orientação aos consulentes devido a elevação espiritual de tais entidades, são como psicólogos, receitam auxílios, remédios e tratamentos caseiros para os males do corpo e da alma.
Os Pretos velhos seriam as entidades mais conhecidas nacionalmente, mesmo por leigos que só ouviram falar destas religiões afro-brasileiras. O Preto velho é lembrado também pelo instrumento que normalmente utiliza, o cachimbo.
Os nomes de alguns Pretos Velhos comuns de que se tem notícia são Pai João, Pai Joaquim de Angola, Pai José de Angola, Pai Francisco, Vovó Maria Conga, Vovó Catarina. Pai Jacó , Pai Benedito, Pai Anastácio, Pai Jorge, Pai Luís, Mãe Maria, Mãe Cambina, Mãe Sete Serras, Mãe Cristina, Mãe Mariana, Maria Conga, Vovó Rita, Vovó Joana dentre outros.
Na Umbanda os Pretos velhos são homenageados no dia 13 de maio, data que foi assinada a Lei Áurea, a abolição da escravatura no Brasil.
Os pontos servem para saudar a presença das entidades, firmar sua força durante os trabalhos espirituais e envolver a todos presentes, mas principalmente aos médius de incorporação, como uma harmonia a ajudá-los a se desligarem para que esta ocorra.
Pontos de preto velho:
Saudação dos Pretos Velhos quando iniciada uma gira
Bate tambor lá na Angola, bate tambor
Bate tambor
lá na Angola, bate tambor...
Bate tambor, Pai Joaquim*...
Bate tambor, Maria Conga*...
Bate tambor, Pai Mané*...

(* coloca-se o nome dos pretos velhos da casa)

Eu andava perambulando,
sem ter nada p'ra comer
Fui pedir as Santas Almas
Para vir me socorrer
Foi as Almas que me ajudou
Foi as almas que me ajudou
Meu Divino Espírito Santo
Glória Deus, Nosso Senhor
Nessa casa
tem quatro cantos
Cada canto tem um santo
Pai e filho, Espírito Santo
Nessa casa tem 4 cantos...

Quem vem, que vem lá de tão longe?
São os pretos velhos que vem trabalhar
Quem vem, que vem lá de tão longe?
São os pretos velhos que vem trabalhar
Ô da-me forças pelo amor de Deus, meu pai
Ô da-me forças pros trabalhos teus

Zum zum zum
Olha só Jesus quem é
Eu rezo para santas almas
Inimigo cai
Eu fico de pé

O preto por ser preto
Não merece ingratidão
O preto fica branco
Na outra encarnação
No tempo da escravidão
Como o senhor me batia
Eu chamava por Nossa Senhora, Meu Deus!
Como as pancadas doíam

Tira o cipó do caminho,
oi criança
Deixa a vovó atravessar
Tira o cipó do caminho,
oi criança
Deixa a vovó atravessar

A bença Vovô
Quando precisar lhe chamo
A bença Vovô
Quando precisar lhe chamo
Zambi lhe trouxe, Zambi vai lhe levar
Agradeço a toalha de renda de chita de pai Oxalá

Vovô já vai, já vai pra Aruanda...
Abença meu pai, proteção pra nossa banda

Pontos de Pretos Velhos:
Negro está molhado de suor, mas tá feliz porque Deus o libertou (bis);
Ô sinhá sinha, segura a chibata não deixa bater, faz uma prece prá negro morrer, negro não quer mais sofrer (bis);
Ponto p/firmar a gira: Viva Deus, viva a Gloria, viva o rosário de nossa Senhora (bis);
Ponto para benzimentos: Pai João d"angola com sua ternura, sentado no tronco ele benze as criaturas(bis), a estrela de Oxalá seu ponto iluminou, ele é Pai João d"angola ele é nosso protetor;
Ponto de subida de pretos velhos: Já vai pretos velhos subindo pro céu e nossa senhora cobrindo com véu (bis).
A linha de Preto velho, na Umbanda, são entidades que se apresentam estereotipados como anciãos negros conhecedores profundos da magia Divina e manipulação de ervas, o qual aplicam frequentemente em sua atuação na Umbanda, porém no Candomblé são considerados Eguns.
Crê-se que em referência à dor e aflição sofrida pelo povo negro (período de trevas no território brasileiro), a linha de preto velho reflete a humildade, a paciência e a perseverança característica da atuação da linha nominada de Yorima, cujo apresenta-se de pés no chão, cachimbo de barro bem rústico, quando não cigarro de palha, café, e um fio de contas de rosários (Lágrima de Nossa Senhora) e cruzes, figas e patuás os quais utilizam magisticamente em sua atuação astral.
Os pretos velhos apresentam-se com nomes de individualizam sua atuação, do Congo, de Angola, evidenciando sua atuação propriamente dita e procedência.
Em sua linha de atuação eles apresentam-se pelos seguintes codinomes, conforme acontecia na época da escravidão, onde os negros eram nominados de acordo com a região de onde vieram:
  • Congo_ Ex: (Pai Francisco do Congo), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Iansã;
  • Aruanda_ Ex: (Pai Francisco de Aruanda), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Oxalá. (OBS: Aruanda quer dizer céu);
  • D´Angola_ Ex: (Pai Francisco D´Angola), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Ogum;
  • Matas_ Ex: (Pai Francisco das Matas), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Oxóssi;
  • Calunga, Cemitério ou das Almas_ Ex: (Pai Francisco da Calunga, Pai Francisco do Cemitério ou Pai Francisco das Almas), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Omolu/ Obaluayê;
Entre diversas outras nominações tais como: _Guiné, Moçambique, da Serra, da Bahia, etc...
Muitos Pretos velhos podem apresentar-se como Tio, Tia, Pai, Mãe, Vó ou Vô, porém todos são Pretos velhos. Na gira eles só comem tutu, café sem açúcar, manjar, bolo de fubá, doce de abóbora, mandioca, arroz doce, bolo de milho, pamonha, cural e etc. Alguns tomam chá, com folhas específicas da linha de pretos velhos, outro tomam vinho tinto (sangue de Cristo).

 NOMES DE PRETOS VELHOS:


  •  - João Baiano
  •  - João Marambaia
  •  - Mestre Cipriano
  •  - Nego Velho do Congo
  •  - Pai Ambrósio
  •  - Pai Amin
  •  - Pai Andre de mina
  •  -Pai Andre do Congo
  •  - Pai Antônio de Angola
  •  - Pai antonio das Almas
  •  - Pai Benedito
  •  - Pai Benedito da Angola
  •  - Pai Benedito da Guiné
  •  - Pai Benedito do Congo
  •  - Pai Benguela
  •  - Pai Carrero
  •  - Pai Chico
  •  - Pai Cipriano
  •  - Pai Congo
  •  - Pai Domicio
  •  - Pai Euclides
  •  - Pai Fabricio
  •  - Pai Felipe
  •  - Pai Fernando de Guiné
  •  - Pai Francisco
  •  - Pai Fulgêncio da Guine
  •  - Pai Gregório
  •  - Pai Guiné
  •   -Pai Horacio
  •  Pai Jacó
  •  - Pai Jeremias
  •  - Pai Jerônimo
  •  - Pai Joaquim da Angola
  •  - Pai Joaquim da Costa
  •  - Pai Joaquim das Almas
  •  - Pai Joaquim de Angola
  •  - Pai Joaquim do Congo
  •  - Pai Joaquim do Congo
  •  - Pai José
  •  - Pai José do Cruzeiro das Almas 
  • Pai José do Rosário - Pai João
  •  - Pai João
  •  - Pai João Fortunato da Cachoeira
  •  - Pai João da Costa
  •  - Pai João das Matas
  •  - Pai João de Angola 
  • Pai João de Aruanda
  •  - Pai João de Benguela
  •  - Pai João de Ronda
  •  - Pai Jurandir
  •  - Pai Luanda
  •  - Pai Luiz
  •  - Pai Luiz de Xangô
  •  - Pai Malaquias
  •  - Pai Malunga
  •  - Pai Maneco
  •  - Pai Mangueira
  •  - Pai Manoel de Angola
  •  - Pai Mané
  •  - Pai Miguel das Almas
  •  - Pai Miquimba
  •  - Pai Nego
  •  - Pai Sebastião
  •  - Pai Serafim
  •  - Pai Severino
  •  - Pai Tinga
  •  - Pai Tomás
  •  - Pai Tomé
  •  - Pai   Urubaldo
  •  - Rei Congo
  •  - Tio Antônio
  •  Tio Tonho de Angola
  •  - Tio Tonico de Angola
  •  - Velho Chico
  •  - Velho Pai Serafim
  •  - Vovô Demanda
  •  - Vovô Jacarandá
  •  - Vovô José da Bahia
  •  - Vovô João do Congo
  •  - Vovô Pedro de -Angola
  •  - Vovô Rei do Congo
  •  - Vovô do Carmo
  •  - Vô Brandão
  •  - Vô Julião da Guiné.
SEGUE LISTA DE PRETAS VELHAS:

  •  - Mãe Cachimba
  •  - Mãe Cambinda de Guiné
  •  - Mãe Chiquinha 
  • Mãe Joana
  •  - Mãe Joaquina 
  • Mãe Jurububá
  •  - Mãe Maria Mina
  •  - Mãe Maria Mineira
  •  - Mãe Maria Sebastiana de Jesus
  •  - Mãe Maria da Bahia
  •  - Mãe Maria de Angola
  •  - Mãe Maria de Aruanda
  •  - Mãe Maria de Benguela 
  • Mãe Maria do Paraíso
  •  - Mãe Maroca
  •  - Mãe Santana
  •  - Mãe Tutu
  •  - Nega Ana
  •  - Preta Mandinga
  •  - Tia Chica
  •  - Tia Maria 
  • Tia Maria da Bahia
  •  - Tia Maria da Praia
  •  - Tia Rita - Tia Tatui. 
  •  Vovó Benedita
  •  - Vovó Cachimba
  •  - Vovó Cambina do Congo
  •  - Vovó Cambinda
  •  - Vovó Catarina
  •  - Vovó  Catarina D’Angola
  •  - Vovó Catarina d’Aruanda
  •  - Vovó Cigana - Vovó Emília
  •  - Vovó Gracinda Africana
  •  - Vovó Jacira - Vovó Joana 
  • Vovó Josefa
  •  - Vovó Luiza
  •  - Vovó Luiza da Praia
  •  - Vovó Luzia
  •  - Vovó Luíza
  •  - Vovó Maria Antônia
  •  - Vovó Maria Conga
  •  - Vovó Maria Preta da Bahia
  •  - Vovó Maria Quitéria
  •  - Vovó Maria Redonda
  •  - Vovó Maria Rita
  •  - Vovó Maria Rosa
  •  - Vovó Maria do Rosário
  •  - Vovó Raimunda
  •  - Vovó Rita da Bahia
  •  - Vovó Severina
  •  - Vovó Teresa do Congo
  •  - Vovó Zeferina
  •  Vó Benedita
  •  Vó Benta
  •  - Vó Isaura
  •  - Vó Josefina ou Vó Zefina
  •  - Vó Juliana - Vó Justina
  •  - Vó Luzia do 
  •  - Rosário
  •  - Vó Maria
  •  - Vó Maria Chica
  •  - Vó Maria Cândida
  •  - Vó Nana
  •  - Vó Rita
  •  - Vó Rosa de Angola 
  • Vó Sabina
  •  - Vó Serafina.
  •  
  •  

OFERENDAS AOS PRETOS VELHOS:

 
Muitos médiuns e dirigentes de Umbanda acreditam que basta incorporar seus guias para que eles comecem a trabalhar no atendimento às pessoas que vão aos centros em busca de auxilio.
Mas isto não é verdade e antes de um medium começar a dar atendimento ele deve firmar seus guias nos seus campos de atuação, sob a irradiação dos orixás que os regem e sustentam seus trabalhos.
Mesmo que um medium já esteja incorporando muito bem seus guias, ainda assim é preciso que ele firme todos os seus guias antes de começar a dar passes e consultas, e em hipótese alguma deve deixar para depois estes procedimento básicos e indispensáveis a um bom trabalho de atendimento às pessoas necessitadas.
Sim! Sem estar com todas as suas forças espirituais muito bem identificadas e firmadas em seus campos vibratórios, de já terem seus colares ou guias de trabalho cruzadas e consagradas, de já terem riscado seus pontos de firmeza, não se deve permitir a um medium novo que dê atendimento às pessoas dentro de um centro.
E isto, por duas razoes:
1ª- Só com as forças devidamente firmadas elas poderão fazer um bom trabalho para os necessitados, por que contarão com a cobertura dos orixás que regem o campo em que atuam.
2ª- Só com suas forças espirituais bem firmadas um medium pode mexer com certas forças que entram com as pessoas que precisam ser ajudadas.
Se dou esse alerta é porque já estou cansado de ver medium ficar 1, 2, 3 anos frequentando os centros, girando e ajudando os trabalhos sem que tenham ido à natureza firmar corretamente as suas forças espirituais, que querem trabalhar, mas não podem mexer com coisas pesadas porque seus mediuns não têm o preparo necessário.
Durante o desenvolvimento, sem pressa e só após o guia se identificar, é dever, é obrigação de o medium firma-lo em seu campo vibratório na natureza, e fazer bem feita essa firmeza, dando ao guia os recursos necessários para que ele tenha meios de ajudar as pessoas necessitadas.
Mas não adianta só ir à natureza e dar uma oferenda ao guia que tudo estará resolvido.
Não mesmo!
É preciso que a firmeza seja feita dentro de certos procedimentos para que tenha validade.
Procedimentos para firmar a força de um Preto Velho (a) no Campo Santo:

1º - Adquirir todos os elementos necessários: -(comidas e bebidas de preto velho), velas e flores de crisântemos brancos.
Comidas: bolo de fubá, arroz doce, canjica, pipocas estouradas e sem sal.

Bebidas: Café, agua, vinho licoroso branco, agua de côco, Sempre em acordo com o que ele pedir ou intuir ao seu medium.

Velas: - 7 velas brancas para o circulo da oferenda.
Mais uma vela branca para o Pai Obaluaiê, 1 vermelha para o Pai Ogum Megê, 1 amarela para a Mãe Iansã que deverão ser acesas em triangulo, (antes de se fazer a oferenda ao Preto Velho), na frente do cruzeiro das almas, e dentro dele o medium deve colocar uma vela branca para si e pedir a benção e a proteção destes orixás.

2º - Após firmar os orixás em triangulo o medium os saúda, pede-lhes a benção e a proteção. Depois pede licença para firmar seu Preto Velho no Campo Santo.

3º - Depois recua 7 passos largos para traz dando o primeiro com o pé direito e, no sétimo. Ajoelha, cruza o solo com a mão direita, saúda seu Preto Velho ou sua Preta Velha, e lhe pede licença para firmar ali, diante do Cruzeiro das Almas, a sua força.

4º - A seguir pega os elementos e começa a fazer a firmeza: - acende as velas brancas em circulo, coloca um pedaço de pano branco sobre o solo e deposita em cima dele um alguidar ou um prato de papelão com as pipocas, cruza-as com o mel; a seguir coloca os ramos de crisântemos brancos entre as velas, e com as flores viradas para o lado de fora do circulo de velas; a seguir coloca as comidas e as bebidas ao redor do alguidar, com cada um dos elementos acondicionado dentro de um recipiente adequado e biodegradável. (Os vasilhames usados para leva-los devem ser recolhidos pelo medium).

5º – Após fazer a firmeza o medium deve cantar pontos ao seu Preto Velho (a) ou fazer uma oração, pedindo lhe que firme suas forças no Campo Santo, para que possa, já firmado, incorporar no Centro e fazer a caridade espiritual ajudando os necessitados.

6º - Caso o Preto Velho incorpore, o cambone ou a pessoas que esta acompanhando deve atendê-lo, conversar com ele e servi-lo com o que ele pedir.

7º - Depois, o medium dever pedir a benção e o axé dele, dar 7 passos para traz e se retirar.

Obs. O medium deve pedir licença na porteira para entrar e para sair do Campo Santo e sua firmeza deve ser feita com respeito, reverencia e muito amor no coração, pais é um ritual sagrado de Umbanda essa firmeza de forças e, assim como ele é necessário, ele tambem trara inumeros beneficios para o medium.



Mingau das almas

É um mingau feito de maizena e leite de vaca (às vezes com leite de coco), sem açúcar ou sal, colocado em tigela de louça branca. É comum colocar-se uma cruz feita de fitas pretas sobre esse mingau, antes de entregá-lo na natureza.

Bolinhos de tapioca

 Os bolinhos de tapioca são feitos colocando-se a tapioca de molho em água quente (ou leite de coco, se preferir), de modo a inchar. Quando inchado, enrole os bolinhos em forma de croquete e passe-os em farinha de mesa crua. Asse na grelha.

Colocar os bolinhos em prato de louça branca podendo acrescentar arruda, rapadura, fumo de rolo, etc.

Obs: Nas sessões festivas de Pretos-Velhos, é usual servir a tradicional feijoada completa, feita de feijão preto, miúdos e carne salgada de boi, acompanhada de couve à mineira e farofa. Gostam também de Tutu de feijão preto.




Patuá de Preto Velho

Um patuá de Preto Velho pode ser utilizado para diversos fins como:
Talismãs e patuás são um conjunto de amuletos reunidos para determinado objetivo Talismãs e patuás são um conjunto de amuletos reunidos para determinado objetivo
  1. atrair um amor
  2. afastar alguma pessoa indesejável
  3. arrumar um emprego
  4. crescimento profissional
  5. prosperidade financeira
  6. passar em concursos, passar no vestibular
  7. proteção contra mau olhado, inveja e olho gordo
  8. proteção espiritual contra  espíritos negativos
  9. cura de doenças
  10. estímulo de certos aspectos do ser que devem ser mudados ou ressaltados exemplo: timidez, sensualidade, emagrecimento, etc.
Encomende o seu patuá hoje mesmo e garanta a proteção dos Pretos Velhos durante todo o ano junto a você. Entre em contato conosco!

          Oração aos Pretos Velhos no mês de maio

Faça a oração por dois domingos seguidos após as 18:00 h. Acender uma vela branca comum para os Pretos Velhos antes de iniciar a oração em cada domingo garantindo mais firmeza, concentração e iluminação para seu espírito no momento da prece.
“Meu pensamento eleva-se ao teu espírito e peço perdão.
Que tuas guias sejam o farol que norteie minha vida.
Que vossa pemba trace o caminho certo para todos os meus atos.
Que vossas palavras, tão cheias de compreensão e bondade, iluminem minha mente e meu coração.
Que teu cajado me ampare em meus tropeços.
Ontem te curvastes aos senhores…
Hoje, ajoelho-me aos teus pés pedindo que intercedas junto a Oxalá por mim e por todos que neste momento clamam por vós.
Maleme e paz sobre meu lar e que a luz divina de Obatalá se estenda pelo mundo.
E que o grito de todos os orixás sejam o sinal de vitória sobre todas as demandas de minha vida.
Maleme as almas.
Maleme para todos os meus inimigos, para que saiam do negrume da vingança.
E encontrem fonte fecunda e clara do amor e caridade.”


         Poema “As sete lágrimas de um Preto Velho”

Existe um belo  poema que é atribuído aos Pretos Velhos em sua imensa sabedoria que faz uma crítica àqueles que desprezam a umbanda ou a tratam com vaidade e desdém.
“Num cantinho de um terreiro, sentado num banquinho, fumando o seu cachimbo um triste Preto Velho chorava. De seus olhos molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pela face e… Foram sete.
A Primeira… A estes indiferentes que vem no Terreiro em busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber;
A Segunda… A esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um milagre que os façam alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam;
A Terceira… Aos maus, aqueles que somente procuram a umbanda em busca de vingança, desejando sempre prejudicar ao semelhante;
A Quarta… Aos frios e calculistas, que sabem que existe uma força espiritual e procuram beneficiar-se dela de qualquer forma, e não conhecem a palavra gratidão;
A Quinta… Chega suave, tem o sorriso, o elogio da flor dos lábios, mas se olharem bem seu semblantes verão escrito: creio na Umbanda, nos teus Caboclos e no teu Zambi, mas somente se resolverem o meu caso ou me curarem disto ou daquilo;
A Sexta… Aos fúteis, que vão de centro em centro, não acreditando em nada, buscam aconchego, conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente;
A Sétima… Como foi grande e como deslizou pesada! Foi à última lágrima, aquela que vive nos olhos de todos os Orixás. Aos médiuns vaidosos (as), que só aparecem no Centro em dia de festa e faltam as doutrinas. Esquecem que existem tantos irmãos precisando de caridade e tantas criancinhas precisando de amparo material e espiritual.”





 

domingo, 20 de julho de 2014

BOIADEIROS: CARACTERISTICAS, ORAÇÃO, BEBIDAS E MUITO MAIS INFORMAÇÕES SOBRE ELES



                                                        BOIADEIROS

 O Arquétipo da Linha de Boiadeiros é a figura mítica do peão sertanejo, do tocador de gado, enfim, dos homens que viveram na lida do campo e dos animais e que desenvolveram muita força e habilidade para lidar contra as intempéries e as adversidades.

É um Arquétipo forte, impositivo, vigoroso, valente e destemido. Representa a natureza desbravadora, romântica, simples e persistente do homem do sertão, também chamado de caboclo sertanejo. Lembra os vaqueiros, boiadeiros, laçadores, peões e tocadores de viola; muitos deles mestiços, filhos de branco com índio, de índio com negro etc., trazendo à nossa lembrança a essência da miscigenação do povo brasileiro, com seus costumes, crendices, superstições e fé.
 

Existem, no Astral, muitos espíritos que, em suas últimas encarnações, praticamente viveram sobre o lombo dos cavalos, dedicando-se a criar e a domesticar esses animais, tão úteis à humanidade, já que até um século atrás o cavalo era o principal meio de transporte. Foram vaqueiros, domadores de cavalos, soldados de cavalaria etc., e guardam em suas memórias recordações preciosas e inesquecíveis daqueles tempos. Em homenagem a eles é que se construiu, no Astral, o Arquétipo da Linha dos Boiadeiros.
 

Nesta Linha manifestam-se espíritos que usam seus conhecimentos ocultos para auxiliar pessoas que estejam atravessando momentos muito difíceis. São combativos, inclusive no corte de magias negativas, porque conseguem promover “um choque” em nosso campo magnético e liberá-lo de acúmulos negativos, obsessores etc.
 

Nem todos foram, de fato, “boiadeiros”, mas todos eles têm em comum a capacidade de atuar num campo específico e que caracteriza a Linha, qual seja o de nos trazer uma energia vigorosa, muito útil na quebra de cargas e magias negativas e para desfazer “cristalizações” mentais negativas, pois os Boiadeiros atuam no campo da Lei Divina e na Linha do Tempo.
 

A Linha de Boiadeiros é sustentada, num dos seus Mistérios, pelo Orixá Ogum. Por isso, eles são verdadeiros “soldados” que vigiam tudo o que acontece dentro do campo da Lei Maior, estando sempre prontos a acudir os necessitados.


















 



Na Linha do Tempo, atuam sob a Regência de Mãe Oyá-Tempo e de Mãe Yansã, combatendo as forças das trevas pela libertação e o reerguimento consciencial dos espíritos que se negativaram, se desequilibraram e se perderam, recolhendo-os e os encaminhando para o seu local de merecimento na Criação.
 

Embora a Linha seja sustentada por esses Orixás (Ogum, Oyá-Tempo e Yansã), cada Boiadeiro vem na Irradiação de um ou mais Orixás que os regem especificamente, como acontece nas demais Linhas de Trabalho da Umbanda.
 

Na linguagem dos Boiadeiros, “boi” é o próprio ser humano em desequilíbrio. Ou seja, são os espíritos encarnados e os desencarnados em desequilíbrio perante a Lei Maior, necessitados de auxílio. Suas referências a cavalos, a tocar a boiada, a laçar e trazer de volta “o boi” desgarrado do rebanho, ou atolado na lama, ou arrastado pelos temporais, ou que se embrenhou nas matas e se perdeu, ou que foi atravessar o rio e foi arrastado pela correnteza etc., tudo isso tem a ver com o trabalho realizado pelos destemidos Boiadeiros de Umbanda: eles resgatam os espíritos que se rebelaram contra a Lei Divina, pois esses espíritos são como “bois e cavalos” que não aceitam os “cabrestos” ou limites criados pela Lei de Deus e que por isso precisam ser “domesticados” e educados. Nada melhor que os Boiadeiros para fazer isso.
 

Quando um Boiadeiro da Umbanda gira no ar o seu laço, ele está criando magisticamente, dentro do espaço religioso do Terreiro, as ondas espiraladas do Tempo, que irão recolher os espíritos perdidos nas próprias memórias desequilibradas e/ou irão desfazer energias densas acumuladas no decorrer do tempo.
 

Já quando um Boiadeiro vibra o seu chicote, está recorrendo de forma magística e religiosa à Divina Mãe Yansã, para movimentar e direcionar os espíritos estagnados no erro e na desordem. É muito efetivo o seu trabalho contra os espíritos endurecidos (“eguns”).


O caboclo boiadeiro está ligado com a imagem do peão boiadeiro - habilidoso, valente e de muita força física. Vem sempre gritando e agitando os braços como se possuísse na mão, um laço laço para laçar um novilho. Sua dança simboliza o peão sobre o cavalo a andar nas pastagens. Enquanto os "caboclos índios" são quase sempre sisudos e de poucas palavras, é possível encontrar alguns boiadeiros sorridentes e conversadores. Os Boiadeiros vêm dentro da linha de Oxossi. Mas também são regidos por Iansã, tendo recebido da mesma a autoridade de conduzir os eguns da mesma forma que conduziam sua boiada quando encarnados. Levam cada boi (espírito) para seu destino, e trazem os bois que se desgarram (obsessores, quiumbas, etc.) de volta ao caminho do resto da boiada (o caminho do bem).


Os Caboclos são entidades fortes, viris. Alguns têm algumas dificuldades de se expressar em nossa língua, sendo normalmente auxiliados pelos cambonos. São sérios, mas gostam de festas e fartura. Gostam de música, cantam toadas que falam em seus bois e suas andanças por essas terras de meu Deus. Os Boiadeiros também são conhecidos como "Encantados",pois segundo algumas lendas, eles não teriam morrido para se espiritualizarem, mas sim se encantados e transformados em entidades especiais. Os Boiadeiros também apresentam bastante diversidade de manifestações. 


Boiadeiro menino, Boiadeiro da Campina, Boiadeiro Bugre e muitos outros tipos de Boiadeiros, sendo que alguns até trabalham muito próximos aos Exus. Suas cantigas normalmente são muito alegres, tocadas num ritmo gostoso e vibrante. São grandes trabalhadores, e defendem a todos das influências negativas com muita garra e força espiritual. Possuem enorme poder espiritual e grande autoridade sobre os espíritos menos evoluídos, sendo tais espíritos subjugados por eles com muita facilidade. Sabem que a prática da caridade os levará a evolução, trabalham incorporados na Umbanda, Quimbanda e Candomblé. Fazem parte da linha de caboclos, mais na verdade são bem diferentes em suas funções. 

Formam uma linha mais recente de espíritos, pois já viveram mais com a modernidade do que os caboclos, que foram povos primitivos. Esses espíritos já conviveram em sua ultima encarnação com a invenção da roda, do ferro, das armas de fogo e com a prática dada magia na terra. Saber que boiadeiros conheceram e utilizaram essas invenções nos ajuda muito para diferenciarmos dos caboclos. São rudes nas suas incorporações, com gestos velozes e pouco harmoniosos. Sua maior finalidade não é a consulta como os Pretos-velhos, nem os passes e muito menos as receitas de remédios como os caboclos, e sim o "dispersar de energia" aderida a corpos, paredes e objetos. É de extrema importância essa função pois enquanto os outros guias podem se preocupar com o teor das consultas e dos passes, existe essa linha "sempre" atenta a qualquer alteração de energia local (entrada de espíritos). Quando bradam altoe rápido, com tom de ordem, estão na verdade ordenando a espíritos que entraram no local a se retirar, assim "limpam" o ambiente para que a prática da caridade continue sem alterações. Esses espíritos atendem aos boiadeiros pela demonstração de coragem que os mesmos lhes passam e são levados por eles para locais próprios de doutrina. Em grande parte, o trabalho dos Boiadeiros ''e no descarrego e no preparo dos médiuns. Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo a portas para a entrada dos outros guias e tornando-se grandes protetores, como os Exus. Outra grande função de um boiadeiro é manter a disciplina das pessoas dentro de um terreiro, sejam elas médiuns da casa ou consulentes. Costumam proteger demais seus médiuns nas situações perigosas. São verdadeiros conselheiros e castigam quem prejudica um médium que ele goste. "Gostar" para um boiadeiro, é ver no seu médium coragem, lealdade e honestidade, aí sim é considerado por ele "filho". Pois ser filho de boiadeiro não é só tê-lo na coroa. Trabalham também para Orixás, mais mesmo assim, não mudam sua finalidade de trabalho e são muito parecidos na sua forma de incorporar e falar, ou seja, um boiadeiro que trabalhe para Ogum é praticamente igual a um que trabalhe para Xangô, apenas cumprem ordens de Orixás diferentes, não absorvendo no entanto as características deles. Dentro dessa linha a diversidade encontra-se na idade dos boiadeiros. Existem boiadeiros mais velhos, outros mais novos, e costumam dizer que pertencem a locais diferentes, como regiões, por exemplo: Nordeste, Sul, Centro-Oeste, etc... Os Boiadeiros representam a própria essência da miscigenação do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé.
Xeituá Caboclo Boiadeiro



São espíritos de pessoas, que em vida trabalharam com o gado, em fazendas por todo o Brasil, estas entidades trabalham da mesma forma que os Caboclos nas sessões de Umbanda. Usam de canções antigas, que expressam o trabalho com o gado e a vida simples das fazendas, nos ensinando a força que o trabalho tem e passando, como ensinamento, que o principal elemento da sua magia é a força de vontade, fazendo assim que consigamos uma vida melhor e farta. Nos seus trabalhos usam de velas, pontos riscados e rezas fortes para todos os fins. O Caboclo Boiadeiro traz o seu sangue quente do sertão, e o cheiro de carne queimada pelo sol das grandes caminhadas sempre tocando seu berrante para guiar o seu gado. Normalmente, eles fazem duas festas por ano, uma no inicio e outra no meio do ano. Eles são logo reconhecidos pela forma diferente de dançar, tem uma coreografia intricada de passos rápidos e ágeis, que mais parece um dançarino mímico, lidando bravamente com os bois.

Seu dia é quinta feira, gosta de bebida forte como por exemplo cachaça com mel de abelha, que eles chamam de meladinha, mas também bebem vinho. Fumam cigarro, cigarro de palha e charutos. Seu prato preferido é carne de boi com feijão tropeiro, feito com feijão de corda ou feijão cavalo. Boiadeiro também gosta muito de abóbora com farofa de torresmo. Em oferendas é sempre bom colocar um pedaço de fumo de rolo e cigarro de palha. No Terreiro os Boiadeiros vêm "descendo em seus aparelhos" como estivessem laçando seu gado, dançando, bradando, enfim, criando seu ambiente de trabalho e vibração. Com seus chicotes e laços vão quebrando as energias negativas e descarregando os médiuns, o terreiro e as pessoas da assistência. Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo as portas para a entrada dos outros guias e tornando-se grandes protetores, assim como os Exus. Alguns usam chapéus de boiadeiro, laços, jalecos de couro, calças de bombachas, e tem alguns, que até tocam berrantes em seus trabalhos. Nomes de alguns boiadeiros: Boiadeiro da Jurema, Boiadeiro do Lajedo, Boiadeiro do Rio, Carreiro, Boiadeiro do Ingá, Boiadeiro Navizala, Boiadeiro de Imbaúba, João Boiadeiro, Boiadeiro Chapéu de Couro, Boiadeiro Juremá, Zé Mineiro, Boiadeiro do Chapadão, etc ... Sua saudação: Getruá Boiadeiro, Xetro Marrumbaxêtro

Os Boiadeiros são entidades que representam a natureza desbravadora, romântica, simples e persistente do homem do sertão, "o caboclo sertanejo". São os Vaqueiros, Boiadeiros, Laçadores, Peões, Tocadores de Viola. O mestiço Brasileiro, filho de branco com índio, índio com negro e assim vai. Os Boiadeiros representam a própria essência da miscigenação do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé. Ao amanhecer o dia, o Boiadeiro arrumava seu cavalo e levava seu gado para o pasto, somente voltava com o cair da tarde, trazendo o gado de volta para o curral. Nas caminhadas tocava seu berrante e sua viola cantando sempre uma modinha para sua amada, que ficava na janela do sobrado, pois os grandes donos das fazendas não permitiam a mistura de empregados com a patroa. É tal e qual se poderia presenciar do homem rude do campo. Durante o dia debaixo do calor intenso do sol ele segue, tocando a boiada, marcando seu gados e território. À noite ao voltar para casa, o churrasco com os amigos e a família, um bom papo, ponteado por um gole de aguardente e um bom palheiro, e nas festas muita alegria, nas danças e comemorações. Sofreram preconceitos, como os "sem raça", sem definição de sua origem. Ganhando a terra do sertão com seu trabalho e luta, mas respeitando a natureza e aprendendo, um pouco com o índio: suas ervas, plantas e curas; e um pouco do negro: seus Orixás, mirongas e feitiços; e um pouco do branco: sua religião (posteriormente misturada com a do índio e a do negro) e sua língua, entre outras coisas.

Dá mesma maneira que os Pretos-Velhos representam a humildade, os Boiadeiros representam a força de vontade, a liberdade e a determinação que existe no homem do campo e a sua necessidade de conviver com a natureza e os animais, sempre de maneira simples, mas com uma força e fé muito grande. O caboclo boiadeiro está ligado com a imagem do peão boiadeiro - habilidoso, valente e de muita força física. Vem sempre gritando e agitando os braços como se possuísse na mão, um laço para laçar um novilho. Sua dança simboliza o peão sobre o cavalo a andar nas pastagens. Enquanto os "caboclos índios" são quase sempre sisudos e de poucas palavras, é possível encontrar alguns boiadeiros sorridentes e conversadores. Os Boiadeiros vêm dentro da linha de Oxossi. Mas também são regidos por Iansã, tendo recebido da mesma a autoridade de conduzir os eguns da mesma forma que conduziam sua boiada quando encarnados. Levam cada boi (espírito) para seu destino, e trazem os bois que se desgarram (obsessores, quiumbas, etc.) de volta ao caminho do resto da boiada (o caminho do bem).

Sobre Nossos Caboclos Boiadeiros


Os Caboclos são entidades fortes, viris. Alguns têm algumas dificuldades de se expressar em nossa língua, sendo normalmente auxiliados pelos cambonos. São sérios, mas gostam de festas e fartura. Gostam de música, cantam toadas que falam em seus bois e suas andanças por essas terras de meu Deus. Os Boiadeiros também são conhecidos como "Encantados",pois segundo algumas lendas, eles não teriam morrido para se espiritualizarem, mas sim se encantados e transformados em entidades especiais.

Os Boiadeiros também apresentam bastante diversidade de manifestações. Boiadeiro menino, Boiadeiro da Campina, Boiadeiro Bugre e muitos outros tipos de Boiadeiros, sendo que alguns até trabalham muito próximos aos Exus. Suas cantigas normalmente são muito alegres, tocadas num ritmo gostoso e vibrante. São grandes trabalhadores, e defendem a todos das influências negativas com muita garra e força espiritual. Possuem enorme poder espiritual e grande autoridade sobre os espíritos menos evoluídos, sendo tais espíritos subjugados por eles com muita facilidade. Sabem que a prática da caridade os levará a evolução, trabalham incorporados na Umbanda, Quimbanda e Candomblé. Fazem parte da linha de caboclos, mais na verdade são bem diferentes em suas funções.

Formam uma linha mais recente de espíritos, pois já viveram mais com a modernidade do que os caboclos, que foram povos primitivos. Esses espíritos já conviveram em sua ultima encarnação com a invenção da roda, do ferro, das armas de fogo e com a prática dada magia na terra. Saber que boiadeiros conheceram e utilizaram essas invenções nos ajuda muito para diferenciarmos dos caboclos. São rudes nas suas incorporações, com gestos velozes e pouco harmoniosos. Sua maior finalidade não é a consulta como os Pretos-velhos, nem os passes e muito menos as receitas de remédios como os caboclos, e sim o "dispersar de energia" aderida a corpos, paredes e objetos. É de extrema importância essa função pois enquanto os outros guias podem se preocupar com o teor das consultas e dos passes, existe essa linha "sempre" atenta a qualquer alteração de energia local (entrada de espíritos).

Quando bradam alto e rápido, com tom de ordem, estão na verdade ordenando a espíritos que entraram no local a se retirar, assim "limpam" o ambiente para que a prática da caridade continue sem alterações. Esses espíritos atendem aos boiadeiros pela demonstração de coragem que os mesmos lhes passam e são levados por eles para locais próprios de doutrina. Em grande parte, o trabalho dos Boiadeiros é no descarrego e no preparo dos médiuns. Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo a portas para a entrada dos outros guias e tornando-se grandes protetores, como os Exus.

Outra grande função de um boiadeiro é manter a disciplina das pessoas dentro de um terreiro, sejam elas médiuns da casa ou consulentes. Costumam proteger demais seus médiuns nas situações perigosas. São verdadeiros conselheiros e castigam quem prejudica um médium que ele goste. "Gostar" para um boiadeiro, é ver no seu médium coragem, lealdade e honestidade, aí sim é considerado por ele "filho". Pois ser filho de boiadeiro não é só tê-lo na coroa. Trabalham também para Orixás, mais mesmo assim, não mudam sua finalidade de trabalho e são muito parecidos na sua forma de incorporar e falar, ou seja, um boiadeiro que trabalhe para Ogum é praticamente igual a um que trabalhe para Xangô, apenas cumprem ordens de Orixás diferentes, não absorvendo no entanto as características deles.

Dentro dessa linha a diversidade encontra-se na idade dos boiadeiros. Existem boiadeiros mais velhos, outros mais novos, e costumam dizer que pertencem a locais diferentes, como regiões, por exemplo: Nordeste, Sul, Centro-Oeste, etc... Os Boiadeiros representam a própria essência da miscigenação do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé.
 

Os espíritos que se manifestam na Umbanda na Linha dos Boiadeiros são aguerridos, valorosos, sisudos, de poucas palavras, mas de muitas ações. Apresentam-se como espíritos que encarnaram, em algum momento, como tocadores de boiada, vaqueiros, pastoreadores etc.

Os seus pontos cantados sempre aludem a bois e boiadas, a campos e viagens, a ventanias e tempestades.  O laço e o chicote são seus instrumentos magísticos de trabalhos espirituais. Eventualmente usam colares de sementes ou de pedras.
Os boiadeiros são espíritos hiperativos, valorosos, descontraídos, diretos, mas de poucas palavras e sisudos, que atuam como refreadores do baixo astral. São aguerridos, demandadores e rigorosos com os espíritos trevosos. São os peões boiadeiros habilidosos, valentes e de muita força física. Chegam bradando ê, boi! Ou Jetuá! Seus campos de ação são os caminhos (Ogum) e o tempo ou as campinas (Oiá). O laço e o chicote são suas armas espirituais, mistérios usados como refreadores dos investidas das hostes sombrias de espíritos do baixo astral. Com seus laços, os boiadeiros criam verdadeiras espirais, laçando eguns e quiumbas paralisados em seus negativos e perturbadores dos encarnados.

Esses espíritos foram mamelucos, cafusos e mulatos, sofreram preconceitos como os “sem raça”, sem definição de sua origem. Representam a própria miscigenação do povo brasileiro, a coragem, a liberdade, a determinação e o convívio harmonioso com os animais e com a natureza.

Seu arquétipo é “a figura do mítico peão sertanejo, do tocador de gado” ... Usam seus conhecimentos ocultos, “ para auxiliarem as pessoas nos momentos mais difíceis de suas “ travessias” pela evolução na matéria. O arquétipo é forte, impositivo, vigoroso, valente e destemido ...” São espíritos que em suas últimas encarnações, praticamente viveram sobre o lombo dos cavalos. “ Eram vaqueiros, domadores de cavalos, soldados de cavalaria etc.

 Significado de algumas expressões usadas pelos Boiadeiros 

Cavalos = filhos de fé;
 Boi = espírito acomodado;
 Boiada = grande grupo de espíritos reunidos por eles e reconduzidos lentamente às suas sendas evolucionistas;
 Laçar = recolher à força os espíritos rebelados;
 Boi atolado = espírito que afundou nos lamaçais e regiões pantanosas;
 Boi açoitado pelos temporais = egum caído nos domínios de Yansã e do Tempo, onde os “temporais são inclementes”;
 Açoite ou chicote = instrumento mágico de Yansã, feito de fios de crina ou de rabo de cavalo;
 Laço = instrumento do Tempo (Mãe Oyá-Tempo);
 Bois afogados em rios = espíritos caídos nas águas profundas das paixões humanas;
 Bois arrastados pelas correntezas = espíritos arrastados pelas correntezas turbulentas da vida;
 Bois que se embrenharam nas matas e se perderam = espíritos que entraram de forma errada nos domínios de Oxóssi;
 Bois atolados em lamaçais = espíritos caídos nos domínios de Nanã Buruquê;
 Bois perdidos nos pantanais = espíritos que abandonaram a segurança da razão e se entregaram às incertezas das emoções

Características:  Indumentária: – Veste em geral, traje de vaqueiro nordestino, com gibão, chapéu e outros acessórios e apetrechos de couro.

Exemplos de Boiadeiro:

  •      Chico da Porteira;
  •       Zé do Laço;
  •       Zé da Campina;
  •       Tião;
  •       Zé do Facão;
  •      Zé Mineiro;
  •      João da Serra;
  •       Boiadeiro Novizala;
  •       Laço Nervoso;
  •      Carne de Boi;
  •       Zé do trilho;
  •       João Boiadeiro;


As bebidas oferecidas variam conforme a manifestação:
Boiadeiro nordestino – cerveja, cachaça , os dois em coité
Gaúcho – chimarrão em cuia própria
Pantaneiro – tererê , mate frio em chifre.
Cores velas: Vermelhas e marrom





Além disso as bebidas que servem para todos os Boiadeiros e inclusive Caboclo é vinho e e Jurema uma bebida sagrada feita com ervas e muito fundamento

Oração de Boiadeiro


Chetúa.
Meu amigo Boiadeiro!
Tu que guia teu gado pelas porteiras dos caminhos de Ogum,
que passa por rios,
sob Sol e chuva com seu berrante a anunciar tu chegada,
com teu chicote em punho,
hábil com o laço e não deixa demanda criar ajuda-me nesta hora,
abra as porteiras de meus caminhos,
traga no teu laço aqueles que me querem mal,
que na sua chibata haja justiça de minha causa.
Que eu encontre em meus caminhos a solução pros meus pedid com feijão tropeiro, feito com feijão de corda ou feijão cavalo. Boiadeiro também gosta muito de abóbora com farofa de torresmo. Em oferendas é sempre bom colocar um pedaço de fumo de rolo e cigarro de palha. No Terreiro os Boiadeiros vêm “descendo em seus aparelhos” como estivessem laçando seu gado, dançando, bradando, enfim, criando seu ambiente de trabalho e vibração. Com seus chicotes e laços vão quebrando as energias negativas e descarregando os médiuns, o terreiro e as pessoas da assistência. Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo as porta
Seu dia é quinta feira, gosta de bebida forte como por exemplo cachaça com mel de abelha, que eles chamam de meladinha, mas também bebem vinho. Fumam cigarro, cigarro de palha e charutos. Seu prato preferido é carne de boi com feijão tropeiro, feito com feijão de corda ou feijão cavalo. Boiadeiro também gosta muito de abóbora com farofa de torresmo. Em oferendas é sempre bom colocar um pedaço de fumo de rolo e cigarro de palha. No Terreiro os Boiadeiros vêm “descendo em seus aparelhos” como estivessem laçando seu gado, dançando, bradando, enfim, criando seu ambiente de trabalho e vibração. Com seus chicotes e laços vão quebrando as energias negativas e descarregando os médiuns, o terreiro e as pessoas da assistência. Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo as portas para a entrada dos outros guias e tornando-se grandes protetores, assim como os Exus. Alguns usam chapéus de boiadeiro, laços, jalecos de couro, calças de bombachas, e tem alguns, que até tocam berrantes em seus trabalhos. Nomes de alguns boiadeiros: Boiadeiro da Jurema, Boiadeiro do Lajedo, Boiadeiro do Rio, Carreiro, Boiadeiro do Ingá, Boiadeiro Novizala, Boiadeiro de Imbaúba, João Boiadeiro, Boiadeiro Chapéu de Couro, Boiadeiro Juremá, Zé Mineiro, Boiadeiro do Chapadão, etc… Sua saudação: Getruá Boiadeiro, Xetro Marrumbaxêtro


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